A milhas daqui…
Não sei onde…
Talvez num oceano,
ou nos pólos.
ou num deserto…
Talvez no céu,
ou no inferno…
Mas não aqui…
Aqui, onde hoje estou…
Neste silêncio
de mil ruídos…
Nesta solidão
com tanta gente…
Tanta, tanta gente…
Tanto, tanto barulho…
E eu aqui, tão só…
Neste silêncio…
Nesta agonia sem morte!...
A este belo poema da Gisela, a que eu daria ao lê-lo (e abusivamente...) o título "No Exílio de Mim", me volve à memória (por onde andam os caminhos da nossa memória!...) os últimos e largos anos do (nosso, por algarvio...) Manuel Teixeira Gomes, que foi Presidente da República Portuguesa. E volve-me porquê? Pela quase extrema solidão em que voluntariamente os passou, longe da família, dos amigos, da sua terra (Portimão) e de Portugal!... Poucos são dignos da solidão!... M.T.Gomes foi um deles!... "Na Festa"... no meio de tanta gente, tanta gente, tanta, sem ligação alguma com autora do poema, a solidão é sempre mais difícil de vencer. E de seguida, vem-me igualmente ao pensamento a escritora Maria Judite de Carvalho, ex-companheira (por já ter falecido) do escritor (e nosso grande amigo, ainda entre nós) Urbano Tavares Rodrigues... Pelo seu excepcional romance "Tanta gente, Mariana". Uma obra que aborda uma temática sempre actual, onde a mulher é personagem, vítima e simultaneamente problema, mágoa e alegria, mesmo atravessando os desertos que dolorosamente atravessa sem os merecer, em inúmeras ocasiões sem quem lhe ofereça uma sede de água, sequer!... Tudo isto à volta da solidão, tantas vezes aliada de qualquer um de nós, especialmente nos momentos em que necessitamos nos tornar mais fortes.
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