segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É PARA TI


E para ti que escrevo neste Natal...
Tu que não tens Natal...
Tu que tens prendas, lareira, luzes...
Tudo... Tudo...
Mas não tens Natal...
Não tens, nem aquele Natal do pobre,
a quem a vizinha do lado leva a ceia!...
Não tens, nem aquele Natal do condenado,
a quem as senhoras levam prendas!...
Tu que és talvez, aquela vizinha que leva a ceia...
Tu que és talvez, aquela senhora que leva as prendas...
Tu que tens tudo...tudo... até na alma a tortura!...
Tu, que nunca realizaste os teus sonhos!...
Tu, que sorris quando o teu coração chora!...
Tu, que gritas silêncios de protesto que ninguém ouve!
Tu, que não acreditas que alguém te compreenda!...
É a ti, minha irmã,
de olhos sem brilho e coração amargurado...
É a ti mulher,
de lábios sorrindo e alma soluçando...
que eu dedico esta poesia de Natal!

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