terça-feira, 3 de maio de 2011

NA FESTA

A milhas daqui…
Não sei onde…
Talvez num oceano,
ou nos pólos.
ou num deserto…
Talvez no céu,
ou no inferno…
Mas não aqui…
Aqui, onde hoje estou…
Neste silêncio
de mil ruídos…
Nesta solidão
com tanta gente…
Tanta, tanta gente…
Tanto, tanto barulho…
E eu aqui, tão só…
Neste silêncio…
Nesta agonia sem morte!...




terça-feira, 1 de março de 2011

INIBIÇÃO

… nem perto, nem longe,
nenhuma voz pode soar…

Só as aves podem voar
mas, não pousar!

Então, minha alma sai de mansinho
e lá vai ela inebriada!

Depois… eu sou sol, sou céu, sou mar,
sou a curva da serra lá ao longe
e o véu de neblina que a envolve,
sou flor, sou árvore
e tudo o mais que me rodeia!

Sou até Deus… e porque não,
se pertence ao todo a minha alma!

…mas, nenhuma voz pode soar
e nenhuma ave pode pousar!...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

INCONSTÂNCIA

Paz…!?
Que paz é esta
que eu sinto em mim,
quando tu te vais embora!?...

- Há paz que não é paz!...

É pena de nós próprias,
é desejo de ternura,
é raiva ao egoísmo,
é ódio à crueldade.

… porque estou eu aqui
de novo à tua espera!?...

Ah! Poder decifrar em mim
esta inconstância…

Porque é que penso ti,
quando não voltas!?...


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ESTE NÃO SEI QUÊ

Ah, se eu pudesse escrever,
se eu pudesse dizer,
se eu pudesse, num suspiro ou num ai,
num grito ou num lamento,
traduzir o meu sentir!?...

Ah, se este fogo que me abrasa
pudesse incendiar-se
e eu ver a sua labareda
erguer-se ante meus olhos!?...

Se este não sei quê,
que vive dentro de mim,
que me massacra e tortura…
Este não sei quê…
Que nem eu,
nem tu,
nem ninguém,
saberá jamais traduzir,
nem tão pouco exprimir
por qualquer gesto ou olhar!…

Se este não sei quê,
que vive agarrado a mim…

Ah, se eu o pudesse escrever,
se eu o pudesse dizer,
ou gritá-lo,
ou queimá-lo
e vê-lo arder!...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TÉDIO

Escrever o quê?...
Dizer o quê?...

Hoje, não tenho nada para escrever…
Hoje, não tenho nada para dizer…
Hoje, só me apetece ficar assim…

Olhos parados olhando o nada,
fixos no tempo… sem tempo…

Solidão?...
Tédio?...

Não sei… e não me importa!...