quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

VERSOS INCÓGNITOS


Pedaços de versos que falam da vida!
Pedaços de versos que falam de amor!
Temas bonitos para poesias,
imagens lindas para fim de sonetos,
passam fugindo, passam voando
na mente em brasa!...

Não os escrevo, não os decoro,
e eles lá vão, voando no tempo,
desfeitos na cinza da alma que ardeu.

Ninguém os conhece, nem mesmo eu!...
Só os olhos mais brilhantes,
da chama que ardeu,
divulgam ao mundo a morte do sonho!...



2 comentários:

  1. Quantos versos perdidos, quantos versos desfeitos, quantos versos incontidos no fogo, nas lágrimas que afogam tantos leitos! São versos?! Serão? Gemidos abafados na dor, marcados no trágico, no viver medonho, na nervura do mágico, latente viver. Quantos versos peregrinos, por aí, que pavor, soletrados baixinho, em orações piedosas, mimados de mansinho, em lábios, quantos eu vi, em sono de meninos, em bocas gulosas, em aconchegos, em gorgeios sábios, escondidos em amor, em olhos cegos?

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  2. Adorei a sua prosa poética ou a poesia a fingir que é prosa? Tenho estado a meditar na sua crítica, tão poética, e fiquei triste. Tem razão, tanta angústia, tanta dor, tanto sofrimento físico “escondidos em amor, em olhos cegos?” Mas nos meus versos eu não me refiro nunca ao sofrimento físico mas sim ao espiritual. Para mim, às vezes, este ainda é pior. Para o físico ajudam os analgésicos, para o mental não há analgésico que o cure ou alivie, principalmente quando ele é consciente. Este pensamento está expresso na minha poesia “DESEJO” que já está publicada neste blogue. Perante tantas palavras que escrevemos a lembrar a dor, lembrei-me de um poema de Sofia de Mello Andresen que tinha lido já há algum tempo. Ele está no primeiro livro da sua obra poética e intitula-se, “Que poema…” e que termina assim: “Nesta página só há angústia a destruir/ um desejo de lisura e branco,/ um arco que se curve – até que o pranto/ de todas as palavras me liberte”.
    … mais palavras para quê?...

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