quarta-feira, 6 de junho de 2012

CONJETURA

O Universo?!... Tenho eu aqui,
fechado na minha mão!...

O Infinito?!... Tenho eu aqui,
preso no meu pensamento!...

A Verdade?!...
Onde está a Verdade?...

No ECO – que é o Infinito do Som!...

E eu que sou o Som do Universo
e o Eco do Infinito… voltei
e hei de partir,
para voltar de novo,
quando abrir a minha mão
e soltar meu pensamento!...

3 comentários:

  1. Ao lê-la... fez-me lembrar Luigi Pirandelo, o dramaturgo, em "Para cada um a sua verdade..." E afinal, o que é a Verdade, perguntou Pilatos a Jesus da Galileia?... Onde o princípio e fim dela própria?!... Não poderá a verdade conter apenas uma verdade, e dela não emanar em si a Verdade?... Não me alongo. Apenas expeculações do âmbito da filosofia...para eventual reflexão.

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  2. Tem razão, a Verdade do Espírito é a procura incessante no queremos acreditar. Hoje a minha verdade ou razão, pode não ser a que era ontem. 'Todo o real é pois da ordem do pensamento, como dizem os idealistas’(Paul Fouquié).
    No entanto, Hegel, embora fosse teísta, na sua célebre máxima diz-nos: “O que é real é racional, o que é racional é real”. Também no seu livro, ‘Philosophiede l’Esprit, ele escreve: "O espírito está certo de se reencontrar a si próprio no mundo, de que o mundo se deve harmonizar com ele, e que, tal como Adão diz a Eva que é a carne da sua carne, a razão que ele deve buscar no mundo não é mais do que a sua própria razão".
    Eu admiro muito a filosofia de Hegel, acho que é a única, dos filósofos mais antigos, que ainda se adapta à vivência da nossa época. Talvez por isso eu procurei no ECO da minha poesia uma certa comparação com a minha verdade desse dia… porque o eco devolve-nos o som emitido, embora deturpado, portanto foi o seu infinito… Encontrei, assim, uma certa comparação com a nossa ida para onde?!... E, se voltarmos, a nossa vida, já não será igual, virá também, logicamente, deturpada, será?!... Aqui só posso responder com a velha frase do grande filósofo Sócrates: "Só Sei que Nada Sei".

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    1. Apreciei o seu ponto de vista, esse olhar, quando o olhar possui tantas vertentes... Todavia, tomando como verdade, a verdade que atingimos, a percepção do real a cada instante, essa percepção é mutável, como movível é a actuação dos nossos sentidos, e todo o espírito do que se condicionou tomar como verdade, a nossa verdade pessoal. Embora Hegel seja aquele filósofo que mais de perto estabeleceu a ligação do real com a razão, se o real podesse ser racional em toda situação, o modo, o lugar....Já a sua antítese é mais discutível e difícil de "trabalhar"... A razão - que transporta em si o racional - pode não poder constituir um real alargado e apolíneo. A razão deve encontrar-se no mundo que a realiza e expõe. Porém, o espírito não poderá - quanto a nós - harmonizar-se com o mundo como regra, e como Hegel o afirma!... A vida terrena é finita e de certo modo toca o absurdo, quando a questionamos detalhadamente. Nada sabemos para além do vivencial existido. A verdade, o real percepcionado tem de ser interiorizada/o em nós para a devolvermos à sua origem, ao seu ponto de elaboração. Não a sabia tão admiradora de Hegel! É que Hegel não é nada fácil de interpretar... Só prestigia quem o "chama" à "discussão. Quanto à nossa ida, como mortais, para onde, entramos noutra questão teopragmática demasiado complexa!... Ninguém volta, opinião pessoal! No ar que outros irão respirar ficará - depois de nós - e poderá permanecer durante algum tempo algo do que produzimos e que por acaso tenha impressionado os que nos são contemporâneos. Com amizade e admiração, V.

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